Desenvolver um produto farmacológico ou cosmético desde a idealização até o lançamento comercial. Esse foi o desafio aceito pelos estudantes do 8º semestre do curso de Farmácia em um projeto interdisciplinar de Trabalho Final de Curso. Os futuros farmacêuticos apresentaram os resultados, de forma remota, no último dia 23, detalhando aspectos de composição dos produtos, etapas dos processos de pesquisa e teste, estudos de mercado do segmento escolhido e da legislação específica, além de propostas de embalagem, distribuição e divulgação.
Para desenvolverem os projetos, durante dois semestres os estudantes contaram com a orientação da professora mestre Cláudia Alves Vieira Mulero, responsável pelas disciplinas de Cosmetologia e Farmacotécnica Industrial; do professor mestre Elias Salim Haddad Filho, que ministra a disciplina Gestão Farmacêutica; e do professor doutor Paulo Angelo Lorandi, que leciona Deontologia e Bioética. As apresentações foram avaliadas pelos três docentes, além do professor doutor Antônio José Calixto de Souza, que também é docente e pesquisador no curso de Farmácia.
DESENVOLVIMENTO – Após a pesquisa e o desenvolvimento teórico, os futuros farmacêuticos utilizaram os laboratórios do Campus Dom Idílio José Soares, de acordo com o protocolo de retomada excepcional de atividades presenciais emergenciais da área da Saúde, seguindo todas as determinações de segurança e orientações das autoridades de Saúde, para produção e testes de seus produtos. “A prática consegue nos trazer a real situação do produto e se ele está de acordo com o que foi pensado e elaborado na teoria”, explicou a professora Cláudia. Ela ainda acrescentou que a apresentação on-line, adaptada neste ano, acabou enriquecendo o projeto. “O fato da apresentação de ter sido on-line nos trouxe a oportunidade de cada grupo apresentar sua proposta com maior conteúdo e detalhes nas explicações”, explicou.
PRODUTOS – As estudantes Carolina de Paula Souza Jesus, Juliana Santana dos Santos Oliveira, Karoline Santos Batista e Renata Dorti de Oliveira foram as responsáveis pela criação do Creme Medicinal de Óleo de Copaíba. Acreditando que o projeto foi uma forma de amadurecer uma visão de mercado, Carolina Jesus disse que a ideia do produto surgiu de uma pesquisa de iniciação científica que tratava sobre o uso de óleos essenciais de plantas para ações medicinais. “Acredito que o projeto seja uma forma de amadurecermos uma visão profissional de mercado, para que possamos ter independência criativa no futuro”, ressaltou a estudante.
Com o objetivo de desenvolver um creme para auxiliar no tratamento da psoríase, o grupo formado pelos estudantes Carolina Thomaz, Gabrielle Botelho, Gabrielli Alves, Mateus Augusto e Wesley Lopes desenvolveu o Psoderme. De acordo com a estudante Carolina Thomaz, o produto visa colaborar com a autoimagem e a qualidade de vida dos portadores da doença crônica. Segundo ela, a utilização do Laboratório de Farmacotécnica Industrial da Universidade foi de extrema importância. “O laboratório de farmacotécnica industrial foi essencial para o desenvolvimento do nosso trabalho, porque nestas aulas nós fazíamos o creme e conseguíamos identificar o que precisaria mudar para chegar ao resultado final”, finalizou.
SAÚDE PÚBLICA – Um repelente com ação fotoprotetora produzido com princípios ativos de origem natural como icaridina, apigenina e o extrato de romã, cujo objetivo é contribuir com a saúde pública. Este é o NatuAir, desenvolvido pelos estudantes Gabriela Ferreira, Higor Teodoro, Isabella Miranda e Isabelle Garcia. “É um trabalho que nos ajuda a desenvolver um pensamento interdisciplinar muito interessante. Ele faz com que a gente tenha um olhar farmacêutico geral”, disse Higor Teodoro.
O grupo das estudantes Amanda Cardoso Morgado, Patrícia Castilho de Barros e Patrícia Teixeira de Santana criou o AloegelMix, um gel fitoterápico, com base de plantas, destinado ao tratamento de dores crônica e não crônicas, e lesões. Patrícia Santana explicou que o objetivo do produto é criar uma alternativa para diminuir o uso de anti-inflamatórios e a automedicação. A estudante ressaltou que a atividade é um dos diferenciais do curso. “Esse trabalho é de extrema importância para nossa formação e sem dúvida é um grande diferencial do nosso curso. Além de todo o desenvolvimento científico e teórico, tivemos a experiência de formular e colocar em prática nossa ideia e alinhar o conhecimento adquirido em outras disciplinas”, concluiu.
Amary Vitellaria é o nome do creme hidratante intensivo que o grupo formado pelas estudantes Caroline Rossetti, Isabelle dos Santos, Thayná Farias e Vitória Rodrigues desenvolveu. O creme utiliza diversos princípios ativos de alta qualidade, mas de baixo custo, o que viabiliza sua produção. A ideia do projeto surgiu da participação das universitárias no XX Congresso Farmacêutico de São Paulo, explicou Thayná. Ela acrescentou que o projeto contribuiu significativamente para a formação dos acadêmicos. “Foi muito importante para o nosso desenvolvimento como profissionais, pois nos permitiu usar a criatividade para desenvolver um produto e aplicar todo o conhecimento que obtivemos ao longo do curso”, comentou.