“A educação escolar indígena a partir da aldeia mãe do litoral – Peruíbe – SP: um estudo autobiográfico”. Este foi o tema da dissertação de mestrado do cacique Ubiratã Jorge de Souza Gomes, defendida e aprovada nesta quarta-feira (6), junto ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação. Assim, ele tornou-se o primeiro mestre indígena em Educação formado pela UNISANTOS.
Ubiratã Awá Baretédjú, na língua tupi, o cacique, líder da aldeia Bananal, em Peruíbe, é uma das principais lideranças indígenas do Estado de São Paulo. Recentemente, foi nomeado coordenador regional do litoral do Sudeste, que abrange os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde vivem aproximadamente 7 mil indígenas.
AUTOBIOGRAFIA – Com o objetivo de resgatar e preservar a sua própria história, Ubiratã “mergulha” no passado e justifica o seu trabalho, orientado pela professora doutora Maria Isabel de Almeida e coorientado pela professora doutora Maria Cristina Chefer. “Ao contar essa história, conto um pouco da minha, do ser aluno, professor, pesquisador e, principalmente liderança indígena, herdeiro de um legado de lutas para a garantia de direitos ao meu povo”, explica.
Por meio da sua própria história, Ubiratã estabeleceu como objetivo em seu estudo “refletir sobre a educação escolar indígena, iniciada a partir dos ancestrais Tupi-Guarani que demarcaram a Aldeia Mãe, a Aldeia do Banal”. É a partir da sua própria história, iniciada como estudante na aldeia, que existe há mais de 200 anos, e continuada no sistema escolar da cidade, que Ubiratã reflete sobre as suas origens e trajetórias.
Em seu estudo, o cacique aborda os avanços sobre os direitos indígenas a partir da Constituição de 1988, os processos de autonomia (liberdade cultural), a educação escolar indígena e as lutas e conquistas do seu povo.
No mês de abril, deste ano, por conta da sua qualificação, Ubiratã recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de Santos. Clique AQUI.