Formado em Filosofia pela UNISANTOS, Jefferson Dionísio da Silva defendeu recentemente a sua tese de doutorado na Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso, no Chile. Agora, doutor em Filosofia, ele pretende continuar no país e investir na área acadêmica. Sua história de superação é o ‘combustível’ para o desejo de ajudar jovens que não têm condições de ingressar em um curso superior.
Ao conquistar uma bolsa de estudos e começar o doutorado no Chile, em 2019, Jefferson Silva foi destaque na mídia por conta da sua trajetória acadêmica, que teve início em 2014, na UNISANTOS. Depois de prestar o Enem no ano anterior, ele foi selecionado e conquistou uma bolsa do PROUNI (100%) e seguiu adiante, mesmo com as dificuldades iniciais.
Apesar de ter adquirido a bolsa para o doutorado, Jefferson enfrentou um novo desafio por conta da Pandemia de Covid-19, quando houve a suspensão de todas as atividades acadêmicas. Terminado o período da concessão do benefício, trabalhou como vigia noturno em uma escola e como entregador de mercadorias.
TESE – O tema da sua investigação foi Justino Romano, o primeiro teólogo e filósofo cristão. Para trabalhar alguns conceitos presentes nas apologias do autor, também precisou se aprofundar nos estudos dos filósofos Vico, Hegel, Plotino e Max Scheler. Para isso, teve que aprender grego clássico para leitura dos textos originais.
Jefferson conta que a tese é aprovada por etapas. Cada capítulo é redigido, apresentado e aprovado. Orientado pelo professor doutor César Lambert, a sua banca foi composta pelos professores Harald Bluhm (alemão), Patrício Lombardo, Álvaro Pizarro e Pablo Martinez, todos doutores em Filosofia.
CULTURA – Apesar de considerar que foi um processo difícil de adaptação, Jefferson decidiu ficar no Chile. Ele diz que lá existe mais ‘conexão’ com os outros países da América Latina. “Sabemos rapidamente o que está acontecendo no México, Haiti, Colômbia, entre outros países. Aqui, as pessoas são muito educadas e o acesso à educação superior é facilitado. Muitas pessoas falam Inglês e Francês, que são ensinados nas escolas públicas. Também percebo que elas leem mais”, conta.