Análise espacial da cobertura vacinal de crianças e sua relação com características socioeconômicas e de saúde no Brasil
Descrição:
A vacinação infantil é uma medida preventiva de saúde de grande impacto na redução da morbimortalidade de crianças, perdendo somente para saneamento básico e água potável. É uma ferramenta de saúde pública de elevada relação custo-efetividade na prevenção de doenças. A vacinação na criança gera proteção tanto no âmbito individual quando no coletivo. A função coletiva da vacinação é chamada de imunidade de rebanho que permite eliminar a circulação de um agente infeccioso do ambiente diante de elevadas coberturas vacinais, e proteger indiretamente indivíduos não vacinados ou com contraindicação de algumas vacinas como gestantes e pessoas com imunodeficiências. Apesar do Brasil ter desde 1973 o Programa Nacional de Imunizações, um programa exitoso reconhecido nacional e internacionalmente, a dimensão continental do país, sua heterogeneidade socioeconômica e cultural e transformações sociais mais amplas como o advento da internet são reveladores de desafios no âmbito da vacinação infantil, desde a evidência de aumento de grupos com diferentes graus de hesitação à vacinação (de questionamento até sua recusa), e questões ainda relacionadas à fornecimento ou acesso.
Objetivo:
Analisar a cobertura vacinal infantil nacional numa perspectiva espacial, identificar os fatores socioeconômicos e de saúde com relação a cobertura vacinal e identificar os municípios ou regiões de maior vulnerabilidade.
Métodos:
Será montado um banco de dados com as taxas da cobertura vacinal de cada vacina do calendário básico de rotina de criança de até 2 anos de idade, nos 5570 municípios do Brasil, das regiões de saúde, do estado e do país no ano de 2017 e com indicadores socioeconômicos e de saúde. Para os locais identificados com pior e melhor cobertura vacinal será realizada um inquérito domiciliar.
Resultados esperados:
Além do caráter inovador, a análise espacial possibilita a identificação de municípios ou regiões de maior vulnerabilidade proporcionando um olhar diferenciado na lógica da equidade em saúde, na compreensão da baixa cobertura vacinal na criança e assim, permite nortear políticas públicas com a finalidade de intervenção seja por uma questão de acessibilidade ou de hesitação à vacinação.