O caráter do homem grego foi moldado, na Antiguidade, com a contribuição de diversos pensadores. Obras máximas do espírito helênico, a Ilíada e a Odisséia, atribuídas a Homero, falam de um modelo de ser humano que irradiou-se para as futuras gerações; no período clássico as tragédias de Ésquilo e Sófocles trazem reflexões sobre a existência do homem e igualmente com a filosofia, pensadores como Sócrates e Plantão se dedicaram a investigar o fenômeno humano, buscando os fundamentos da conduta do homem e sua realização, télos. Demóstenes junta-se a seus contemporâneos como um dos oradores que utilizavam o dom da palavra para realizar a nobre obra de formar cidadãos.
Em Demóstenes educador - o pensamento ético, político e pedagógico do maior orador da Antiguidade, o filósofo e jornalista Roberto Castro escreve sobre sua vida e obra, a visão do pensador a respeito da democracia e sua retórica pedagógica. Demóstenes não foi um educador no sentido literal da palavra, assim como Platão e Isócrates. Era, antes de tudo, um orador e um político, contudo propôs uma reforma moral nos cidadãos atenienses, na qual era exposta seu ideal de homem e o modo de atingi-lo. Tornou-se então, neste sentido, um educador e a ação e formação humana conforme Demóstenes são discutidas nesta obra, construída através de uma intensa pesquisa.