Você sabia que quase 80% dos brasileiros se automedicam? Os dados são de pesquisa do Datafolha, de 2019, mas esse percentual pode ser ainda maior. Preocupados com os riscos da automedicação, estudantes do 6º semestre do curso de Farmácia apresentaram, ontem (10), o resultado de pesquisas realizadas sobre o tema, na forma de banners para despertar a atenção da comunidade acadêmica.
Divididos em equipes, os estudantes escolheram a automedicação em grupos farmacológicos específicos: Automedicação de analgésicos; A influência da mídia na automedicação; Automedicação em academias; Pílula do dia seguinte; Uso recreativo de medicamentos para disfunção erétil; Aumento da automedicação na pandemia de covid-19; Automedicação e os medicamentos utilizados para desconforto estomacal; e Descongestionante nasal: o alívio perigoso!.
“Esse trabalho desperta a conscientização dos próprios estudantes. A automedicação não é um fenômeno atual, mas nos últimos tempos a gente tem notado um aumento, principalmente durante a pandemia. A automedicação é perigosa porque ela é silenciosa. A gente se medica durante anos e só vai sentir o problema lá na frente. Exceto em casos agudos, com o avançar da idade vão surgindo problemas renais e no fígado, muitas vezes”, disse a professora doutora Marlene Rosimar da Silva Vieira, responsável pela disciplina “Política de Assistência Farmacêutica” ao lado do professor doutor Paulo Ângelo Lorandi.
ANALGÉSICOS – Muito mais comum do que se imagina, o uso de analgésicos de forma indiscriminada faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Do grupo que estudou a automedicação de analgésicos, Rayane Suellen Bezerra Cordeiro lembra que a medicação muitas vezes é utilizada para alguma dor sem necessidade, o que pode acarretar em outros problemas de saúde. “Nosso objetivo foi alertar sobre a automedicação por meio de analgésicos, pois muitos são de uso livre e são estimulados por meio de propaganda. Alertamos sobre os riscos do uso indiscriminado desses medicamentos, dos danos que podem causar a curto e longo prazo, inclusive com o risco de mascarar determinadas doenças”, explicou a estudante Rayane Cordeiro.
INFLUÊNCIA DA MÍDIA – A propaganda de medicamentos veiculada pela mídia tradicional e por meio das redes sociais foi a preocupação do grupo que tratou da influência da mídia na automedicação. Para o estudante Ireno Donizeti Garcia Júnior, a mídia tem uma forte influência para o uso indiscriminado de medicamentos. “A resposta para esses estímulos é a busca por informação de qualidade, daí o papel do farmacêutico é essencial. Cada medicamento tem uma ação diferente no organismo. A mídia acaba contribuindo para a cultura da automedicação”.