PESQUISA – Estudantes apresentam estudos durante a jornada de iniciação científica e a mostra científica do ensino médio

Orgulho, satisfação, descobertas e muito aprendizado. Assim, os estudantes do ensino médio resumiram os sentimentos em relação ao Programa de Iniciação Científica da UNISANTOS. De escolas da região conveniadas com a instituição, eles desenvolveram projetos de pesquisa durante 1 ano, sob a orientação de docentes-pesquisadores. O resultado foi apresentado durante a XII Jornada de Iniciação Científica do Ensino Médio e VII Mostra Científica do Ensino Médio, no dia 18 de outubro. Os eventos integraram as atividades da XII Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Para Melissa Santos Lourenço de Melo, da ETEC dra. Ruth Cardoso, a temática do Direito Espacial foi o despertar para a pesquisa, uma vez que ela considerou a sua contribuição para o próprio conhecimento e para que pudesse disseminar para outras pessoas. Orientada pela professora doutora Gabriela Soldano Garcez, ela desenvolveu o trabalho “Governança Espacial Global”. A partir de uma pesquisa bibliográfica, verificou-se a importância do Direito Ambiental e do Direito Espacial para a governança que deve contar com a participação dos países.

BIOPLÁSTICO – A fécula de mandioca, aprimorada com fibra de coco, foi a biomassa utilizada pela estudante Giovanna Reis da Conceição, do Liceu Santista, após pesquisas com diferentes matérias-primas para desenvolver a pesquisa “Síntese de Bioplásticos utilizando resíduos animais e vegetais diversos associados a outros materiais residuais formando biocompósitos de rápida degradação, na busca de um desenvolvimento sustentável”. Sob a orientação do professor doutor Marco Antonio Cismeiro Bumba, ela disse que o levantamento bibliográfico foi essencial para conhecer melhor a estrutura do material e definir as etapas da síntese. Os resultados demonstraram que a fécula de mandioca é a melhor biomassa para a produção de bioplásticos, como substituição aos plásticos convencionais.

Também na área do bioplástico, a estudante da Escola Estadual Primo Ferreira, Ana Beatriz de Oliveira, desenvolveu um estudo a partir da casca da batata e a fibra do coco, com o objetivo de saber se a utilização desse orgânico é viável como alternativa ao plástico comum. “Começamos a produzir o plástico a partir de recurso vegetal, que se mostrou muito eficiente e bonito. A partir daí fomos para a parte da degradação”. Demonstrando eficácia, ela explicou que foram necessários semanas até que um resultado significativo fosse alcançado. “O bioplástico é importante porque ele tem um tempo menor na natureza e combate o plástico derivado do petróleo, que é muito favorecido no grande mercado”.

Pai de Ana Beatriz, Gleidson Vicente de Oliveira acompanhou a apresentação da filha e contou que ela se encontrou na pesquisa e começou a sonhar com o futuro profissional.  Segundo ele, o projeto científico estimulou ainda mais a sua dedicação aos estudos. “Eu fiquei sabendo desse programa pela Ana Beatriz e achei extremamente importante. Ele gera uma consciência para que essa nova geração comece a pensar na cidade e na região, para que ela cresça cada vez mais”, ressaltou.

GAME HACKING – Da ETEC Aristóteles Ferreira, José Victor Santana Barboza passou um ano focado em seus estudos regulares e no projeto de pesquisa “Game Hacking como o ensino de computação”, que visa o desenvolvimento de um aplicativo educativo para ser utilizado em sala de aula, com base no método de ensino do patrono da educação, Paulo Freire. “O intuito é entender a curiosidade e os interesses do aluno para leva-lo à sala de aula. Queremos pegar a vida e a realidade dele e adaptá-la em forma de conversa e discussão para uma melhor aprendizagem”, explicou o estudante que foi orientado pelo professor mestre Thiago Ferauche.

O estudante disse que, através de um ‘game hacking’, o grupo conseguiria entender a realidade e os ideais dos alunos através de perguntas feitas em situações hipotéticas vividas por um RPG, role-playing game, onde o usuário “assume” o papel do personagem no jogo. “Por exemplo, se que quero saber a opinião da pessoa sobre pirataria. Eu coloco essa opção no game, e ela deve responder. Eu compro pirataria? O que eu acho sobre a pirataria?”, exemplificou José Victor.

OPORTUNIDADE – Quando iniciou no Programa de Iniciação Científica, Ellen Cristina Lima Silva estudava na Escola Estadual Marquês de São Vicente, mas agora finaliza o ensino médio na Escola Estadual Primo Ferreira. Ela destacou a importância da inciativa da UNISANTOS, principalmente para os estudantes das escolas públicas que poderão ter um primeiro contato com a Universidade. Com interesse na área internacional, ela desenvolveu a pesquisa “O Conselho de Segurança e a Política Externa Brasileira (2010-2011)”, sob a orientação do professor doutor Daniel Rei Coronato.

O objetivo do trabalho foi investigar, por meio da análise da participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, entre 2010 e 2011, se o País e os Estados Unidos tiveram políticas externas próximas ou conflitantes. Uma das bases para o estudo foram os votos retirados da base de dados da ONU. Como resultado foi considerado que as divergências que ocorreram não foram por conta do afastamento entre os países, mas por conta da política do Itamaraty na época.

Mãe de Ellen Cristina, Ana Lúcia Fernandes também fez questão de prestigiar a apresentação da filha. Ela disse que toda a iniciativa para participar do Programa de Iniciação Científica partiu dela e que isso contribui muito para a sua dedicação. “Ela é muito aplicada e isso vai ajudar para o seu futuro profissional. Esse conhecimento na Universidade e essa experiência ajudaram. Dá para perceber o crescimento dela. Que venham mais projetos como este”, enfatizou.

PALESTRA – Coordenadora Nacional da Olímpiada Brasileira de Biologia e Vice-Diretora e Pesquisadora do Laboratório de Biofármacos do Instituto Butantan, a professora doutora Sônia Aparecida de Andrade Chudzinski fez a palestra de abertura da XII Jornada de Iniciação Científica do Ensino Médio e VII Mostra Científica do Ensino Médio. Com o tema “A ciência como driver do desenvolvimento”, ela focou nas relações interpessoais, no caminho dialógico entre pesquisadores e estudantes. Falou do prazer da pesquisa e da ciência como um bem público, o caminho para a salvação da humanidade. “O conhecimento deve ser aprofundado e compartilhado sempre. A ciência está em tudo, por isso precisamos incentivar e manter a curiosidade em nossos jovens, em nossas crianças”, disse.

MELHORES TRABALHOS – Avaliados por uma comissão julgadora, foram destacados os 10 melhores trabalhos.

Os eventos foram organizados pelo Comitê de Iniciação Científica que integra o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).