Dando continuidade às atividades do acompanhamento nutricional realizado pela Clínica Integrada de Saúde da UNISANTOS aos mutuários da Caixa de Assistência ao Servidor Público Municipal de Santos (Capep Saúde), foi realizada palestra, no dia 28 de abril, sobre a contribuição da psicologia, aliada à nutrição, para as mudanças no comportamento alimentar.
Docente do curso de Psicologia, a professora doutora Miria Benincasa Gomes explicou que o comportamento alimentar começa quando o bebê ainda está no útero, ou seja, vai se formando de acordo com o que a mãe consome. Ela destacou que é na infância que as relações com a comida se desenvolvem. “O comportamento alimentar que temos hoje tem uma relação com o comportamento que construímos ao longo da nossa vida, com a nossa história alimentar”.
Costumes, crenças, ideologias, fatores socioeconômicos e culturais. Esses são alguns dos aspectos que influenciam na alimentação. A psicóloga alerta que a cirurgia bariátrica, para quem necessita e tem as indicações para realizar, é uma oportunidade de construir novos hábitos alimentares, pois o indivíduo volta a se alimentar como um bebê, seguindo uma dieta líquida, posteriormente pastosa e futuramente sólida.
Miria Gomes relata que existem tipos de fome. A fisiológica está relacionada à carência de alimentos. A fome hedonista é a satisfação alimentar que está ligada ao estado emocional. Já o apetite tem relação com desejo e vontade de um alimento específico. Para entender melhor esses diferentes aspectos, ela destaca a importância de procurar profissionais como um endocrinologista, nutricionista e um psicólogo. A docente destacou também a necessidade de fazer as pazes consigo mesmo, entendendo que a mudança não pode ser só na ingestão de alimentos, mas também no preparo emocional.
PACIENTES – Desde a última consulta na Clínica Integrada de Saúde, Luciane Picotez da Rocha Coelho Ariza, de 56 anos, já sentiu diferença, não só na parte emocional como também no consumo de alimentos. Ela explica que fazer um cardápio individual e coerente com aquilo que a pessoa consome é muito interessante. Candidata à cirurgia bariátrica, ressalta que se houver a possibilidade de realizar exercícios físicos aliado ao atendimento oferecido pela Universidade, pretende desistir de fazer a cirurgia.
Destacando a importância do acompanhamento nutricional, ela conta que uma amiga gostou tanto do programa que trouxe o filho que também está acima do peso. “Acho que isso é o papel da universidade, interagir com a sociedade também. A universidade não pensa só na formação do aluno. Eles estão preocupados em dar uma qualidade de vida melhor para quem os procura”, destacou.
“Se tivesse que dividir entre nutrição e psicologia, acho que seria 50% para cada, porque nossa mente comanda tudo, disse Marcelo Gouveia Franco, de 53 anos. Candidato à cirurgia bariátrica, ele reflete que se a pessoa seguir o plano alimentar e associá-lo a atividades físicas, provavelmente não necessitará da cirurgia. Mas, alerta que é preciso conciliar os dois e fazer as atividades físicas regularmente. Além da oportunidade de ter o atendimento nutricional, psicológico e farmacêutico em um único lugar, ressalta que irá agendar uma consulta na Clínica de Psicologia.