“Enquanto a ganância do ser humano não acabar, a tendência é que as doenças aumentem cada vez mais”. Foi com essa afirmação que o médico infectologista Orival Silva Silveira iniciou a palestra “CoronaVírus: Mitos e Verdades”, que marcou o primeiro seminário de 2020, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Ipeci). Com o objetivo de refletir sobre a doença que surgiu na China e já atingiu alguns países, o evento, realizado ontem (17), foi voltado para os estudantes que integram o Programa de Educação Científica do Ensino Médio, estudantes dos cursos de graduação, com foco na área da saúde, e demais interessados.
Mestre em Saúde Coletiva pela UNISANTOS, o médico, que atua no Hospital Dia-William Rocha, em Guarujá, apresentou um pouco mais sobre a história do “COVID-19”, desde o seu descobrimento no dia 7 de janeiro, na China, até o momento atual. Ele explicou que o vírus tem facilidade de se propagar, porém com o tempo ele passa por uma adaptação. “A primeira etapa é a mais forte, em que o número de mortes é alto, porém depois ele se adapta”.
De acordo com o médico, apesar de os primeiros casos de óbito serem mais rápidos do que a Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS, em 2002, que registrou 774 mortes, o número tende a diminuir. “O surto deve durar até o final deste mês, e apesar de a cada dia aumentar o número de casos, o indicie de mortes irá diminuir, pois o vírus vai perdendo a sua agressividade”.
DESCOBRIMENTO- Segundo Orival Silveira, o COVID-19 é formado por 7 vírus, sendo 4 leves e 3 fortes, e as suas primeiras manifestações começam no trato respiratório das pessoas. Para detectar a doença, o médico comentou que os métodos são através do exame de PCR-T (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real), ou através de exames de fezes, sangue, urina, raio X e biopsia, além da coleta de secreções pelas narinas.
MITOS – Com o surgimento da doença, diversas mentiras a respeito da prevenção ou cura também são espalhadas pela sociedade. Durante o seminário, ele fez questão de desmistificar algumas questões do COVID-19: Vitamina D não ajuda o sistema imune na prevenção da doença; Ozonioterapia (aplicação de gases oxigênio e ozônio por diversas vias, como intravenosa ou intramuscular, com objetivo terapêutico), não é eficiente na cura do Coronavírus; antibióticos, produtos naturais e a vacina da H1N1 não protege as pessoas deste vírus.
CORONAVÍRUS- Descoberto na cidade de Wuhan, China, em dezembro de 2019, o Coronavírus também chamado de COVID-19 é uma família de vírus que causa diversas infecções respiratórias. De acordo com os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados 51.857 casos na China, e alguns outros em países do continente Asiático, Europeu e também nos Estados Unidos da América. No Brasil, ontem (17), havia três casos suspeitos e nenhuma confirmação da doença.