No ano do bicentenário da Independência do Brasil, muitas questões vêm ganhando visibilidade e necessidade de discussão. Mesmo passados dois séculos da emancipação política brasileira, temos a sensação de que muitos processos ainda estão inconclusos e precisamos debatê-los com a atenção que merecem.
Sem nos furtarmos da obrigação de rememorar as efemérides que nos lograram a independência, entendemos que precisamos de um pouco mais. Para além daquilo que se convencionou chamar de grandes vultos da história, temos muitos outros sujeitos que têm lugar de grande importância e que sustentaram o Brasil ao longo desses 200 anos de história independente.
Talvez estejamos falando mais do que pessoas, mas processos e formas de manifestar a presença múltipla nos mais diversos processos sociais, culturais e políticos vivenciados ao longo desses anos. Os indivíduos se fazem existir das mais diversas formas possíveis, encampando mecanismos de ação e sobrevivência que estão presentes em nossa vida cotidiana.
Nesse sentido, nós pretendemos, ao longo desses meses que precedem o fortuito 7 de setembro, propor um diálogo amplo com vários setores da sociedade. Para além da produção acadêmica, mas a partir dela, vamos refletir sobre o que foram esses 200 anos de independência, como uma espécie de saldo em que poderemos problematizar nossa própria realidade à luz de um evento histórico de tamanha representatividade nacional.