Artigo
Oficina de Jornalismo, uma experiência
fascinante
Por Tereza Cristina Tesser
A Constituição Brasileira, promulgada em
1988, no seu artigo 220, do capítulo da Comunicação Social, diz que “a
manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição...”.
E é com esse espírito que a Oficina de Jornalismo da Universidade Aberta
da Terceira Idade se insere. Parte do princípio que comunicar é um
direito de todo cidadão e é preciso que instrumentos estejam
disponíveis, a fim de comunicar, compartilhar essas informações, no
sentido de que possamos combater a lógica perversa de concentrar a posse
dos meios de comunicação nas mãos de poucos.
Comunicar vem do latim communis,
que introduz a ideia de comunhão, de comunidade. Isto é, tratamos de
estabelecer uma comunidade, compartilhando informações. Justamente por
intermédio do jornal O Despertar é que buscamos instrumentos
para a inserção dos alunos na sociedade, na maioria das vezes
excludente, que não reconhece a força de trabalho nem a experiência
dessa clientela.
O material produzido funciona como
intermediário técnico nas relações sociais desses alunos, pois mostram
para a sociedade e para suas famílias como são capazes de produzir, que
são cidadãos, basta que lhes sejam fornecidas as ferramentas. Por isso,
que na Oficina de Jornalismo, o conteúdo é mais importante que a forma.
No convívio com os alunos da Universidade
Aberta para a Terceira Idade crescemos como profissionais e,
principalmente, como pessoas. Constatamos que acima de qualquer tabu
relacionado à idade está a avassaladora vontade de viver melhor. A troca
de experiências ampliou nossa visão de sociedade, cidadania, bem estar
social e, também, de jornalismo.
O trabalho realizado na UniSantos
demonstra, ainda, a importância do Jornalismo no resgate da cidadania. O
espírito crítico é estimulado, a fim de ampliar a atuação dessas pessoas
na comunidade e na família. Além disso, há uma grande valorização do ser
humano e de suas capacidades intelectuais e produtivas. E o jornalismo
serve como fonte de integração com a sociedade.
Essas pessoas que vivem o seu tempo,
aproveitando a experiência e a maturidade adquirida para aprender cada
dia mais, mostram que a essência dos integrantes da terceira idade vai
muito além de uns fios de cabelo branco: é sinal de vasta e valiosa
sabedoria.
*Professora da disciplina Oficina de Jornalismo, na Universidade Aberta
Para a Terceira Idade.
tesser@unisantos.br |
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