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Ano 4   •   nº 088   •   Santos, 22 de fevereiro de 2011

 
Artigo

Oficina de Jornalismo, uma experiência fascinante

Por Tereza Cristina Tesser

A Constituição Brasileira, promulgada em 1988, no seu artigo 220, do capítulo da Comunicação Social, diz que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição...”. E é com esse espírito que a Oficina de Jornalismo da Universidade Aberta da Terceira Idade se insere. Parte do princípio que comunicar é um direito de todo cidadão e é preciso que instrumentos estejam disponíveis, a fim de comunicar, compartilhar essas informações, no sentido de que possamos combater a lógica perversa de concentrar a posse dos meios de comunicação nas mãos de poucos.

Comunicar vem do latim communis, que introduz a ideia de comunhão, de comunidade. Isto é, tratamos de estabelecer uma comunidade, compartilhando informações. Justamente por intermédio do jornal O Despertar é que  buscamos instrumentos para a inserção dos alunos na sociedade, na maioria das vezes excludente, que não reconhece a força de trabalho nem a experiência dessa clientela.

O material produzido funciona como intermediário técnico nas relações sociais desses alunos, pois mostram para a sociedade e para suas famílias como são capazes de produzir, que são cidadãos, basta que lhes sejam fornecidas as ferramentas. Por isso, que na Oficina de Jornalismo, o conteúdo é mais importante que a forma.

No convívio com os alunos da Universidade Aberta para a Terceira Idade crescemos como profissionais e, principalmente, como pessoas. Constatamos que acima de qualquer tabu relacionado à idade está a avassaladora vontade de viver melhor. A troca de experiências ampliou nossa visão de sociedade, cidadania, bem estar social e, também, de jornalismo.

O trabalho realizado na UniSantos demonstra, ainda, a importância do Jornalismo no resgate da cidadania. O espírito crítico é estimulado, a fim de ampliar a atuação dessas pessoas na comunidade e na família. Além disso, há uma grande valorização do ser humano e de suas capacidades intelectuais e produtivas. E o jornalismo serve como fonte de integração com a sociedade.

Essas pessoas que vivem o seu tempo, aproveitando a experiência e a maturidade adquirida para aprender cada dia mais, mostram que a essência dos integrantes da terceira idade vai muito além de uns fios de cabelo branco: é sinal de vasta e valiosa sabedoria.

 *Professora da disciplina Oficina de Jornalismo, na Universidade Aberta Para a Terceira Idade.

 tesser@unisantos.br

 

 

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