Alunas da
UNISANTOS constatam o direito de portadores
de Down receberem a vacina H1N1
Investigar a
incidência de infecções respiratórias em
crianças de até 5 anos de idade com
Síndrome de Down. Foi por conta desta
pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso, ainda em
desenvolvimento, que três alunas do 9°
semestre do curso de Farmácia constataram que este
grupo não está classificado pelo Governo
Federal no
calendário de vacinação contra o
vírus Influenza H1N1. Diante disso, entraram
em contato com o Departamento Regional de
Saúde (DRS-4), que reforçou a necessidade do
grupo estar entre os portadores de doenças
crônicas.
As alunas Isabelle de Vita Silva, Karen
Pereira Conceição, Iana Souza Gutierrez
detectaram que o portador de Down, por
apresentar uma alta deficiência na
imunidade, deveria estar escalado no período entre
22 de março e 25 de abril, quando recebem a
vacina pessoas com problemas crônicos como
obesidade, diabetes, cardiopatias. “Eles
classificam quase todos os tipos de
imunodeficiência, mas em nenhum momento
citam o Down na lista”, conta Iana.
Um caso no
Guarujá, encontrado pelas estudantes, de uma
mãe que levou o filho para se vacinar e
a enfermeira não aplicou a vacina dizendo
que ela não estava em mãos com o laudo
médico que confirmasse a deficiência, indignou as
alunas. “O Down tem características
próprias. Não seria necessário laudo
médico”, desabafa Iana, que é irmã de um
garoto de 5 anos, portador da
deficiência.
Para orientar
as famílias e incentivar a vacinação, as
alunas, sob orientação da coordenação do
curso, decidiu realizar uma palestra na
APAE
de Santos no final de março. Daí, puderam
observar que até aquele momento apenas duas, das
20 mães que participaram, tinham vacinado
seus filhos. “Elas alegaram que tinham medo
da vacina, por conta dos boatos gerados
através da Internet, quanto a presença de
metais em sua composição”, explica Isabelle.
A vacina
aplicada em portadores de doenças crônicas é
diferenciada. Segundo as futuras
profissionais, para esta composição não são
administrados os adjuvantes, que poderiam
acentuar as reações adversas. “As famílias
precisam saber que para o portador de Down o
risco de se contrair a
gripe H1N1 é ainda
maior, visto que apresentam uma deficiência
na imunidade. Por isso a importância de se
vacinar”, conclui Karen. |